terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Humildemente... Faço-te o favor de lhe prestar atenção!



Nestes dias me aconteceu algo inusitado. Meu único leitor ganhou um “concorrente”, para ser mais preciso, um crítico. Isto mesmo, um crítico. Daqueles bem chatos, rabugentos e que botam defeito em tudo. Mas compreendo, um crítico que se preze não pode achar nada bom. No máximo correto, caso contrário, ele não é um. Algo muito bom para um crítico é algo que não existe, um modelo ideal nunca alcançado no máximo desejado. Nem mesmo Pedaço de mim pode ser considerado uma boa canção de despedida. Mesmo que tenha versos como estes “Oh pedaço de mim, oh metade arrancada de mim.. Oh pedaço de mim, oh metade amputada de mim.. Que a saudade é o revés de um parto. A saudade é arrumar o quarto, do filho que já morreu.”  Para um crítico isto é uma mera simbolização da despedida, que cumpri bem o seu papel.


Meu único leitor vem comentando comigo, que quase não falo dele mais, que já me esqueci de sua importância. Tento lhe explicar que isto não é verdade, que me iludo sim com o meu falso estimulo, que tenho muitos leitores, um fã clube, muitos críticos, muitas "mulheres" (Tudo bem... enganar a quem?) GAROTOS que querem passar só uma noite de amor comigo. Enfim é o estimulo para continuar vivendo, em certos momentos preciso me enganar. Mas volto sim à realidade e lá esta ele, meu único leitor, lindo, sorridente e sempre com um bom papo. E gosto da minha condição, se não tenho leitores, tenho um único, que é muito importante e como conseqüência não tenho leitores indesejáveis, com seus comentários impertinentes ou vazios, que nos fazem arrepender de cada linha escrita. Por isto, não reclamo e agradeço por meu único leitor. Mas agora fui surpreendido e ganhei um crítico, ferrenho, feroz, estúpido e muito sincero.



Ao escrever “AMOR ... traição ... AMOR ... É O QUE EU PENSO!” me veio o crítico, não sei como tomou conhecimento de minha humilde existência e ainda por cima de minhas publicações ( MENTIRA, Eu msm passei o link do blog a ele). Mas por uma intervenção divina ou não, ganho um crítico. Em minha inocência ao conversar com ele. Pergunto meio espantado “Ahh você leu?(Depois de ter pedido para ele ler)  Um texto meu? Como? AMOR ... traição ... AMOR ... É O QUE EU PENSO!? Ahh que coisa, mas o que achou?” Fui piegas demais, concordo. Mas fui pego de surpresa é como se envolver em uma trama, que de repente muda todo o seu enredo. Alias muito sábio, quando dizem por ai “O combinado não sai caro”. Neste caso não houve combinação alguma, mal sabia eu, que tinha um crítico, sardento, moribundo e frenético bem a minha frente. Ele por ser um crítico fez tudo de caso pensado é o obvio ululante. Tramou tudo desde o início, primeiro pensou preciso de ler um mau escritor, um bem piegas, cheio de falhas gramaticais e com total falta de coerência e adesão. Para não fazer um serviço pela metade, ele queria um escritor inexperiente, ingênuo e sem leitores, tudo bem podia ter um único leitor. Eis que me encaixo perfeitamente no perfil previsto pelo crítico, por isto me tornei alvo de sua truculência verbal.


Fiz uma pergunta infantil, o que acha disto? gostou? ficou bom? É o tipo de coisa que não se faz com um crítico. Você tem de ignorá-lo, subestimá-lo e não dar a mínima importância para o que ele acha disto ou daquilo. Mas não fiz isto, muito pelo contrário, perguntei, mostrei meu interesse em saber sua opinião,
me irritei. Embora fosse inteligente, mostrou sua opinião de forma grosseira que é muito diferente de VERDADEIRA / SINCERA.
 Como crítico ferrenho ele começou aparentemente dizendo um elogio. Disse que era muito bom o tema, forte, explosivo e de total relevância. No entanto, pequei, pois só  fui feliz na escolha do tema ao desenrolar  a trama fui chocho. Chocho? Perguntei. É disse ele, chocho. Não disse mais nada, não quis dar maiores explicações. Alias eis que o crítico é perverso e adora provocar e dizer pela metade. Ele não gosta de explicar sua critica e nem gosta que elas sejam claras e simples. Quanto mais confuso ele deixar o criticado, melhor e se for possível até mesmo irritado, possesso, pronto pra matar. Neste caso o crítico atinge o seu orgasmo, chega em sua plenitude ao ponto máximo de satisfação e delírio. Neste momento, o crítico se sente autor de uma verdadeira obra prima de importância muito maior do que a própria obra que originou a sua critica. 
Absoluta certeza de que concorda comigo, estou certo senhor critico? #PECADO

Alias os críticos dos críticos sempre dizem isto, mas este povo ai não cria, só critica. Um grande erro, pois os críticos criam sim. Eles criam algo que seria o oposto de toda criação. Criam à antípoda, a complementação que o autor não seria capaz de cunhar.  Ele faz o que poucos tem coragem de dizer, além disto, fala com propriedade, embasado em livros de Platão, Freud, Nietzsche. Assim como nas obras semelhantes, suas influencias antepassadas e blah blah blah. O crítico é tão bem embasado, que sempre nos perguntaremos, afinal de contas, por que ele é um crítico e não é um autor? É tão dedicado, inteligente, criativo e tem tanto conhecimento, seria ótimo como criador, no entanto, preferiu ser crítico. Opressor dos sem talentos, dos maus escritores. Daqueles que como eu, custam a escrever três folhas, que apesar da dedicação e empenho, não saem boas escritas.


Mas agora me sinto completo, tenho meu único leitor e o crítico, sardento, feroz, truculento, que em qualquer desnível de minha parte ira me denunciar, me delatar sem o mínimo pudor. Para o crítico digo que o simples ato de saber da minha existência, de perder o precioso tempo dele com minhas publicações, já é um grande prestígio alcançado por mim, autor. Entre inúmeros e insignificantes autores, consegui o meu crítico mordaz.  E assim todos estão felizes, eu, meu único leitor e minha pedra no sapato. E sempre ele vai dizer  “Olhe, presto atenção em você, isto não é o máximo”. E assim são os críticos, verdadeiros criadores de todas as obras primas já criadas pelo homem.

(: Se não voltar... outros viram... ou posso simplesmente chamar um amigo :)

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