domingo, 10 de abril de 2011

† DEPOIS DE TUDO † - A QUINTA VISTA










a QUINTA vista



  O dia começou choroso e desesperado, muitas das ruas estavam empoçadas d’água, a madrugada inteira tinha sido um dilúvio com relâmpagos e trovões. Eu não estava atrasado, mas gostava de chegar 30 minutos antes de todos no escritório, onde trabalhava com mais três pessoas.
Aprontei-me ligeiro, dei uma olhada em minha esposa – Raquel, querida já vou... – Disse passando rápido pela a porta antes que ela me dissesse algo.

     O ranger do elevador arcaico no prédio de aspecto moderno, causava-me um desconforto horrível que já estava acostumado. No quinto andar, entrei no escritório, sentei na dolorosa mas, bonita e moderna cadeira giratória, liguei o computador, selecionei algumas musicas no media player e dei o play.

     Ao termino do dia, me despedi de todos e fui para casa.
     Ou pelo menos sai dizendo que iria, na verdade fui encontrar-me com Milena, a conheci numa tentativa de sair do tédio de um casamento melancólico, e hoje comemoramos três anos, Milena pra mim é fantasia, sonho, ilusão, amor por assim dizer a arte de fazer escondido... Tudo isso junto, só nunca será realidade.

     Cheguei em seu apartamento, tinha conquistado a chave e a intimidade mais do que necessária para entrar sem bater, a vi deitada no sofá vermelho, assistia um programa de TV. Como sempre o tempo que tínhamos era curto, me atirei em seus braços e a cobri de beijos, cambaleando, pois nos enroscávamos tanto que mal podíamos andar, chegamos a cama, dei tudo de mim como sei que ela deu tudo de si. Fui surpreendido pelo o tempo, que sempre me pregava peças quando estávamos juntos, relativamente as horas passavam por nos correndo, desesperadas, me despedi dando a ela a quantia de 500 em notas de cem.

     Cheguei em casa, fui recebido com um belo e apetitoso jantar, a adrenalina da culpa que sempre me atingia nestes momentos era anestesiante, anestesiado ficava calmo, apenas ofegava, minha respiração do gozo com a outra ainda ofegava, ofegava tímida no rosto de minha esposa, sempre calmo, frio e calculista, contornava perfeito e gracioso todas as interrogações de Raquel. Raquel falava, contava sobre o seu dia e dava sua opinião sobre os assuntos da TV, mas eu não dava atenção.
Então me dei conta do ambiente, um jantar caprichado, um bom vinho, Raquel vestida de forma provocante... Tudo traduzia a tentativa de uma aquecida em nosso casamento, mas toda vez que Raquel tomava essa atitude eu já estava vazio, vazio de vontade, vazio de amor, vazio de porra, de tudo... Gastara tudo com Milena.

     Depois de comermos, conversado um pouco, tomei banho, e já na cama, Raquel consegui me conquistar, a compaixão que em mim reinava superou alguns de meus limites cínicos e aos poucos nos danamos no to sexual, o gozo não foi tão prospero como o da outra cama, mas a sensação foi a mesma, na fração do segundo o espasmo no cérebro, abri meus olhos e vi Raquel deitada, aberta e ofegante, então me dei conta de que não tinha gozado com estava comigo na cama, e sim com quem estava toda aberta para mim em meus pensamentos, todo o tempo a outra esteve em meus pensamentos. Deixei que Raquel gozasse com minha mão, meu membro já não tinha vigor, estava tão cansado, dar conta de duas... Fui banhar-me, deitei e dormi. 



CONTINUA...



                                                                                           BY:  H.c


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