segunda-feira, 4 de abril de 2011

† DEPOIS DE TUDO † - A QUARTA VISTA








a QUARTA vista




A noite morria, para mais um dia nascer.
De hábitos vampirescos, recolhia-se sempre ao esplendor do sol e só levantava do leito quando La no céu se mostrava formosa a lua, só saia de casa ao ver o céu negro da noite.

O dia passou e muitas pessoas sentiram o peso das horas, mas Milena sentira apenas a sensação paralitica do descanso ou da ociosidade.
Era comecinho de noite e ela acordara com a impressão de ter sonhado, mas não se lembrava com o que, e rápido foi ignorando a impressão de ter tido um sonho e foi banhar-se

Morava sozinha já fazia dois anos, antes morou em um belo apartamento na Espanha, com o qual dividia com mais 2 moças, antes morou de favor na casa de uma rústica senhora conhecida na noite, chamada margarida e antes alugara uma pobre quitinete com mais três amigas e antes morou na sarjeta das ruas por que fugira da casa dos pais.


     O relógio na cabeceira da cama fez um barulho desagradável, mas, bastante conhecido, era o despertador que anunciava 22h00min, hora de sair par garantir que não faltara alimentação, um teto, roupas e pequenos mimos, era hora de trabalhar.

     Produzida, vestido vermelho, salto alto e adereços combinando, ela saiu do apartamento, atravessou a avenida, pronto, as barracas de praia, a ferinha movimentada de turistas, os ambulantes vendendo pipocas, chapéus, brinquedos, trecos que não serviam para nada... todos já faziam ferver o seu ambiente de trabalho.
Um calçadão a beira-mar que é ponto turístico de qualquer metrópole.


     Já na segunda cerveja, que escorregou amarga por dentro dela, instalando-se quente em seu estomago, o garçom veio entregar-lhe um bilhete, vinha de um homem que estava na terceira mesa a esquerda, de rabo de olho ela espiou para ver de quem se tratava e já a primeira vista se interessou, decidiu encará-lo.


     O olhar de um belo jovem de traços másculos confrontou-se com o olhar insinuante dela, paqueraram por volta de longos 3 minutos, e ele tomou a iniciativa, aproximou-se, cumprimentou, deu boa noite, falou da vida dela, da dela, da vida dos outros, pagou a conta e foram ao apartamento dela.

     De mimos charmosos e simples, o apartamento era no décimo terceiro andar de um edifício classe media que custava para Milena uma pequena fortuna mensal, com gestos e olhares de volúpia ela fez sinal para que ele ficasse á vontade, ele que tinha deixado a timidez na mesa onde se conheceram, logo tirou a roupa e deitou-se na cama da bela, alguns instantes depois ela apareceu vestindo um baby-doll que cobria quase nada de seu corpo e objetiva o atacou, a costumada a não ter preliminares na hora de amar, a maioria dos homens com quem se deitava eram casados e tinham que rápido gozar para voltarem para suas senhoras.


     Sem entender o que se passava, aquelas preliminares estavam demorando demais, estava tão gostosas, que Milena mesmo com uma sensação de medo, deixou-se envolver.
E assim passaram a noite conversando, acariciando um ao outro, e quando já quase amanhecia, ele a beijou, como nunca ninguém tinha beijado antes, o beijo foi lento e demorado. A sincronia das línguas dos dois era perfeita e aos poucos os dois se entregaram aos prazeres da carne, a ardilosa copula de desejos promíscuos.


     Acordaram os dois juntos, com a leve claridade do dia que amanhecera nublado, mais trocas de carinhos e beijos ardentes que os deixavam tontos, mas ele precisava partir, alguém esperava por ele.
Enamorados, marcaram o próximo encontro, ele pagou generosamente pela a noite e apressado partiu.


     O coração de Milena mais parecia uma percussão batucando em ritmo frenético, essa sensação era conhecida, mas de tão antiga que era, ela quase não se lembrava mais, paixão, ela estava apaixonada, só sentira esse sentimento uma vez na vida quando morava na casa da querida amiga, quando conheceu Pedro Henrique, o filho de margarida, jovem bonito mas, de caráter moleque, fez com os sentimentos de Milena o que um fumante compulsivo faz com uma carteira de cigarros, tragou tudo num so trago e um dia resolveu parar por que percebeu que fazia mau a sua saúde.


     Sonhando acordada com o belo João Carlos, o rapaz que era diferente por fazer diferente na conversa, na cama, no beijo, no olhar... Ela imaginava situações, o que dizer e fazer, tudo para agradá-lo sempre, e ali ficou encantada, perdida em seus sonhos frágeis, parindo uma nova esperança, agora depois de muito tempo, dentro dela acendia-se novamente uma fagulha de fé, mar e se amada, ela sonhava... Porem ainda existia a Milena profissional, que lutava feroz contra todos aqueles pensamentos, sentimentos não pagam contas, manter-se neste apartamento custa caro, e se ele gostar de mim? , tenho que aproveitar a minha juventude para construir uma boa estabilidade para minha maturidade, a vida com pessoas iguais a mim é cruel... e ainda sonolenta, sonhou com todas as possibilidades, ate que a noite caísse e ela pudesse distrair-se com seus afazeres noturnos.


CONTINUA...



                                                                                           BY:  H.c

POSTADO POR: Ig.Queiroz

Um comentário: