sexta-feira, 4 de março de 2011

† DEPOIS DE TUDO † - A PRIMEIRA VISTA



a primeira vista


         A garrafa de vinho tinto recém aberta e já quase no fim sobre a mesinha de centro, parecia dançar levemente acompanhada das demais que já descansavam secas, atiradas ao chão.
Tentei olhar através da imensa nuvem de fumaça, mas minha cabeça pesava uma, duas toneladas, então abaixei-me.

         Tonto, olhava fixamente para o chão, notei uma fina camada de cinzas quase passando-se por um tapete negro enojando todo o metro quadrado.
Com esforço, ergui meu olhar para cima e vi um senhor idoso, velho de finos cabelos brancos, olhos azuis ofuscantes e fundos, rosto magro e degradante, vestindo-se pobremente de branco quase amarelo.
Apesar de nunca ter visto aquele senhor, sua figura era-me familiar. Voltei a abaixar-me, a dor em minha cabeça era intensa, o meu corpo, o ambiente inexpressivo... tudo pulsava, não tive forças para ficar erguido, cai por terra.

         Na cama, deitado e ainda ouvindo o barulho ensurdecedor que vinha da sala, minha esposa, Raquel, com certeza ainda divertia-se com nossos amigos, adormeci.
Logo acordei, a batida forte eletrônica que vinha do micro-system, parecia esmurrar os meus tímpanos, em instantes o silencio, abri meus pesados olhos e dei um breve bocejo. Eu estava deitado no chão, nenhum móvel, havia umidade em todo o ambiente, a porta de madeira branca que eu mesmo coloquei a duas semanas atrás, de acordo com minha memória, não estava mais lá, nada nem ninguém manifestava a sua aparição, apenas os ruídos dos meus pensamentos assombrados percorrendo por todos os lados. Com forças sobrenaturais, tentei organiza-los, sentia-me fraco, tão fraco...

        Fui surpreendido no meio do processo de uma idéia, um calafrio, um formigamento, olhei para trás e vi o velho novamente, que sem mais estava ali, meu cérebro rápido maquinava buscando uma explicação, mas nada ali fazia o menor sentido de razão.
Tentei falar, mas minha boca apenas emitiu um ruído morto e baixo.
Tentei respirar fundo, mas não senti o ar entrar em meus pulmões, para mim o oxigênio tina perdido toda a sua suma importância. Assustado, corri em direção a saída, fui barrado, uma escuridão tão dura quanto o mais puro e forte concreto não me deixou escapar.

        Diante de toda a estranheza do que me acontecia, deixei o pensamento unívoco que me maltratava dominar-me por completo e desmanchando-me diante das evidencias conclui:
- Estou morto !
Mas quem é o velho estranho que me é familiar ?

 
                                                                                       
CONTINUA...



                                                                                           BY:  H.c

4 comentários:

  1. arrazo adorei fiquei com um gostinho de quero mais fico no aguardo do outro beijosssss

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  2. massa tio...ficou legal mesmo...se que fez?...bom texto...da inicio a um livro...espero mais...

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  3. arasou bitch
    vou le cobrar a continuação...

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