domingo, 15 de maio de 2011

Senso comum da porra***




Um grande amigo meu, tem o costume de observar a sensibilidade das pessoas, no sentido, de como estas pessoas interpretam, interagem e se comportam no mundo. É um ponto de vista interessante, um tanto mesquinho às vezes, mas meu amigo, não faz isto para se sentir melhor que ninguém, muito pelo contrário, é uma crítica pessoal de si mesmo, o maior medo dele é se tornar um senso comum da porra, assim penso, e confesso que também tenho medo.

Alias ele Sempre contorna os meus pensamentos, e na ultima conversa me fez alertar-me sobre isto, o senso comum da porra, eles, os idiotas.


Nelson escreveu muito sobre os idiotas, como eles estão por toda parte e como vem dominando o mundo. Sinceramente eu pensava que isto fosse um exagero, que no fundo os idiotas só estão por ai, vegetando como qualquer outro vegetal. Mas como Nelson alertou, os idiotas perceberam que são a maioria e daí foi um passo para a dominação. Um idiota subiu em um caixote e começou a falar, em segundos vários idiotas pararam pra ouvir.

O mais inteligente a se fazer é ser um idiota. Isto mesmo camuflar-se, esconder-se, caso contrário a esfinge irá te devorar. É bom gritar também: “Viva aos idiotas!! Viva!!”. Algo muito similar ao que se fazia na idade média dando vivas as majestades. O que me assusta ou frustra é que os idiotas ou os sensos comuns da porra estão em todos os lugares e quando digo todos é até onde você menos suspeita ou mesmo dúvida. Inclusive as pessoas que você menos espera.



Afinal de contas onde estão os gênios? Há muitos gênios, sim há, mas os idiotas são em número significativamente maior. Outro problema, os idiotas falam dos gênios e muito. Eles interpretam e discutem sobre o que os gênios falaram. Isto acontece mesmo que eles não entendam uma linha sequer do que esta sendo lido. De tanto conversarem e comentarem fica algo muito parecido, com aquela brincadeira da notícia.

Com certeza brincadeira da notícia não é algo muito claro, vou tentar explicá-la. Ela é feita da seguinte forma conta-se um fato para uma pessoa e esta vai passar para outra, quanto mais isto passar de uma pessoa pra outra melhor a brincadeira fica. Exemplo do fato: Alesson inventou calunias sobre Cleyrton e este foi tirar satisfações. Depois de passar na boca de vinte e oito pessoas diferente com certeza o fato vai mudar. Podemos imaginar que a ultima pessoa diga o seguinte: Alesson transou com a esposa de Cleyrton, que por sua vez matou Alesson. É claro que isto é um exemplo, que os fatos podem mudar muito. É justamente o que acontece com os gênios e suas idéias, pensamentos, ideologias e etc. São desvirtuados do original. As interpretações feitas pelos idiotas transformaram tudo em uma grande idiotice.

O pior de tudo é se envolver com os idiotas, ter amigos idiotas, namorados idiotas e entre outros. Imagina se apaixonar por um garoto senso comum da porra. É o fim, com toda certeza. Mas neste mar de idiotas, é inevitável uma hora ou outra você vai se envolver com um senso comum da porra e irá apaixonar-se. É como digo sempre: ser corno é apenas uma questão de tempo. Ter um leitor senso comum da porra deve ser algo muito frustrante e ao mesmo tempo freqüente. Talvez seja por isto que os grandes escritores são pessoas reservadas e de pouquíssimo contato com os seus leitores. É medo de ser o pai da tragédia. Afinal de contas é uma grande responsabilidade ser um escritor, no fim das contas você não tem leitores e sim seguidores, alguns lunáticos. Agora imagine se todos são um senso comum da porra. É a morte do escritor, o grande fim com F maiúsculo. Por isto, a reclusão, o afastamento, enquanto não sabem quem é o leitor, os grandes escritores conseguem dormir com a consciência tranqüila.


O trágico é saber que os sensos comuns da porra se camuflaram, eles inclusive adoram posar de certos personagens, como intelectual, educador, consultor,  músico, poeta, escritor, engenheiro nuclear, jornalista, advogado, professor... No fim das contas é aquela velha história: Não há como saber onde estamos pisando, não há escapatória. É como ser um político honesto. Um poeta lúcido. Enfim há inúmeros personagens que os idiotas gostam de vestir. No fim das contas eu sou um senso comum da porra. A única diferença entre mim e o mar de idiotas é que eu reconheço a minha realidade e insignificância.



3 comentários:

  1. Bravo! Pensei que seria um dos poucos a ver a cagada toda de onde estou de um ângulo diferente, imaginário. É importante nos permitirmos diferentes visões, formas de interpretações, para nos acharmos, senso comum ou apenas um tolete no meio de tanta fossa aqui existente. Desculpe os termos de baixo calão, mas é que ser chic e intelectual já está me incomodando. Fazemos isso mais pros outros que pra nós mesmos. Status! Mas será que é status quo? Bem provável que não...

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  2. Só complementando meu inútil comentário acima...
    Por mais que sejamos profissionais em algo, seremos senso comum em outro. Agora você, querido leitor, se acha que sabe alguma coisa, melhor senta e calar Cláudia, porque o que você sabe é só especulação para mostrar-se com status. Engraçado... Já estudei sobre senso comum,e embora a ciência, a "gaya" ciência seja conceituada e cheia de saberes, o senso comum também o sabe, mas ao seu modo, digamos: idiota.

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  3. EU NÃO ENTENDI MUITO BEM O QUE VOCÊ DISSE EM RELAÇÃO AO ASSUNTO ABORDADO... MAS FICO MUITO FELIZ! AFINAL DE CONTAS...não procuro dar sentido ao que escrevo... TÃO LOGO É DEMAIS EXIGIR SENTIDO NO QUE LEIO* E POR FIM... Obg.

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